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Especial

“Wonderland” e a Magia do Amor


O amor é uma coisa lixada. Perdoem-me a brejeirice mas não consegui arranjar uma palavra mais floreada para caracterizar este tão afamado sentimento que dá azo a romances, a poemas, a músicas e a outros textos vários que se compilam numa enorme lista, impossível de referir num parágrafo tão pequeno.

De facto, é frequente perguntarmo-nos o que andamos a fazer neste planeta a que chamamos Terra. Tem terra, tem água, tem ar e, depois, tem o amor. É deste mesmo sentimento que nasceram as grandes cidades, as grandes indústrias, os grandes projectos de investigação, entre tantas coisas coisas, porque foi o amor pelo trabalho, pela vontade de ajudar, pela vontade de deixar uma marca no mundo, que lhes deu a força necessária não só para começar como para continuar, apesar de todas as circunstâncias. Mas, no meio disto tudo, há um amor de que ainda não falei… Em boa verdade, há muitos amores, cada um com a sua designação, e cada um no coração de quem deve estar, mas o Amor é outra coisa que não está nos corações de toda a gente. Não concorda?

Amor e Amar são duas palavras de uma grande intensidade. A primeira refere-se ao sentimento e a segunda ao acto pelo qual se expressa o sentimento. Parece tudo simples, mas desengane-se. Quem amou (e quem ama) sabe o quanto dói esperar por ver aquela pessoa, sabe o quanto custa olhar ao telemóvel e não ver nada mas sabe, igualmente, a felicidade que é e o brilho que aparece nos olhos quando essa pessoa nos aparece à frente, seja por surpresa ou não, porque estaríamos a desejar que ela aparecesse ou, simplesmente, porque queria estar um pouco connosco.

OUAT in Wonderland

“Once Upon a Time in Wonderland”, quando surgiu, propôs-se a contar uma história de amor muito intensa. Uma história de luta, de sacrifício, de desespero pela procura de alguém que estava preso, sem qualquer esperança de sair de lá vivo. E ainda que os primeiros sete episódios se tenham limitado a esta mesma procura, e talvez tenham sido os mais fracos da série, não consigo deixar de pensar que eram episódios necessários, da mesma maneira que o Principezinho teve de passar por todos aqueles personagens e receber todas aquelas lições. No fundo, e ainda que leve o seu tempo a encontrarmos essa mesma pessoa, há coisas pelas quais se tem de passar para que, no Futuro, demos valor àquilo que temos. E foi isso que Alice nos tentou ensinar… a dar valor, quando se tem e quando não se tem.

Depois de uma grande pausa, “Wonderland” volta como se fosse uma nova série, com um novo arco e com as mesmas personagens um tanto ou quanto mais evoluídas. Devo dizer que esta segunda parte esteve bem melhor que a primeira e talvez tenha sido por isso que a vi, fielmente, no dia seguinte ao episódio sair. Toda a história me envolveu, mesmo até quando o CGI não era nada de especial, e no final, apesar de termos aqueles pormenores que não foram bem resolvidos, a história principal terminou com chave de ouro (e com uma lágrima no canto do olho).

Infelizmente, este spin-off não teve o mesmo sucesso que a série da qual derivou e o horário não ajudou em rigorosamente nada mas, em termos de exibição, fiquei contente por terem mostrado toda a temporada e a história ter concluído de forma bastante satisfatória. Ouso dizer, até, que os criadores pensavam que a mesma ia ser cancelada e arranjaram tudo para que se desse este grande final, que foi bem mais simples do que eu antecipava.

Em jeito de conclusão, “Once Upon a Time in Wonderland” acabou ser uma boa surpresa nesta temporada televisiva. Funcionou como um complemento à série original, no que concerne à magia e ao mundo das maravilhas e mostrou-nos todo um outro lado dos finais felizes que, apesar de todas as desgraças e maus destinos deste mundo, também é algo que por lá acontece. Vejo, com pena, que a série nunca chegou às boas audiências e, apesar de mostrar algum potencial para uma possível segunda temporada, fico contente que a série se tenha ficado pelos 13 episódios e por uma temporada única. Termina deixando uma boa marca e, nos dias que correm, é isso que se quer (ainda que não seja o que se veja). Até sempre, “Once Upon a Time in Wonderland”. Com amor partes, com o teu final feliz e, quem sabe, serás recordada com o mesmo carinho que a série que te deu origem.

About Jorge Pontes

Viajar é nascer e morrer a todo o instante, até porque é fácil apagar as pegadas. Difícil, porém, é caminhar sem pisar o chão.

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